quinta-feira, 3 de abril de 2008

Erros e acertos


Um dia vc acha. É ela. Vc tem certeza. É ela que sua mãe irá virar a cabeça pro lado, por a mão no peito e chamar de “Norinha“. É ela que irá achar a coisa mais linda do mundo quando vc chegar do futebol com o dedo aberto, sangrando horrores e pedindo para ela fazer um curativo (E ela fará). É ela que irá te ligar no dia seguinte, mesmo dps daquela briga tenebrosa em que vc jurava que ela nunca mais olharia na sua cara. É ela que vc irá buscar todos os dias dps da aula para verem qualquer filme brega no cinema e dps andarem no shopping discutindo qual será o nome dos 3 cachorros que vcs terão quando se casarem. É ela que fará o biquinho que só ela faz enquanto chora, que é tão bunitinho, que se não partisse seu coração, vc poderia passar sua vida inteira admirando. Como aquela coisa tão pequena em seus braços conseguiu ter o incrível poder de, sozinha, explodir todo o resto do mundo? O tempo passa, e enquanto vcs andam no shopping, vc inveja o cara ao lado que está no celular marcando aquela noitada inesquecível. Seus amigos te encontram na rua dizendo que vc está sumido, e vc desenterra da ultima gaveta do criado-mudo o telefone da Vivi. Ai, ai... A Vivi…. Aquela morena deslumbrante, de sorriso marcante, cheirando a Victoria Secret, que sempre desfilava de decote e sainha, mostrando as pernas fenomenais. Ate hoje vc nao sabe se é Vivian ou Viviane. Mas não tem muita importancia, ela poderia ser o que ela quisesse… E então a sua menina começa a dar no saco. Vc passa a preferir ver televisão de cueca, do que ir ao jantar de aniversário do avô dela. Passa a não responder mais os torpedos, cartinhas apaixonadas viram coisa do passado, e até o “Eu te amo” tem tom de novela do SBT. Pronto, não há mais jeito. Vc empurra com a barriga o quanto da, e ela não entende nada da mudança radical. Para ficar com a consciencia limpa, vc a culpa, e então um belo dia consegue se livrar desse namoro que vc já não aguentava mais, e volta a vida de putão. Eta felicidade, hein? Todo o dia se transforma em final de semana, vc se torna figurinha carimbada de todas as festas e até os seguranças já te conhecem. Um dia vc vê um rosto familiar na festa. Faz bastante esforço e no meio de toda embriaguez vc a reconhece. Ela está mais linda do que nunca, e vc sente aquele friozinho chato na barriga. Ela não te viu… Talvez não tenha reconhecido… Ou quem sabe até, viu, reconheceu, mas preferiu ignorar, e enquanto vc junta forças para dar um “oi”, alguém se aproxima dela, e é então que vc se rói de ciúmes e percebe a merda que fez em ter jogado tudo fora: A sua garotinha se transformou na Vivi de outro.


autor desconhecido