segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Paredes azuis

Talvez sejam seus olhos fundos, ou o som da sua risada. O cheiro das suas roupas e a maciez do seu cabelo. Sua concentração dedilhando aquele violão ou o timbre da sua voz.
O modo como você ajeita o cabelo, movimenta as mãos ou fala.
É aquela risada de quando você enfrenta o sono, seu cinismo, seus apelidos, seu modo de ver a vida. Seu calor.
Não sei como essas memórias me atordoam. Não sei por que de repente o cheiro e as cores ao meu redor mudam. Só por você invadir meu pensamento.
Sua espontaneidade e a ausência do seu medo. Sua respiração vIgarosa e as mãos frias que nunca tocavam as minhas.
O som das batidas de seu coração bem junto ao meu ouvido.
Suas paredes azuis.
A música de fundo, as risadas lá fora e aqui dentro.
A tevê.
São memórias sendo guardadas pela falta de cuidados.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Não sei se consigo explicar o que eu sinto agora. Essa liberdade chega a ser perturbadora. Eu vejo um mundo de possibilidades e eu tenho sede. Eu tenho muita sede. Eu quero abraçar essa vida de ponta a ponta.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Eu estou longe de ser quem eu sempre fui



Dizer que durante esse tempo todo conseguia ver, mesmo que só o brilhinho, daquela tal luz no final do túnel seria uma mentira. Eu reconhecia o exagero do momento, das crises e dos "nunca mais", mas não via outro ângulo para a felicidade que não fosse aquele. Até porque era realmente sensacional a cena vista daquele cume alto que eu havia criado. Com um pouco de esperança e nenhum amor próprio, cria-se de tudo. No meu caso, montanhas de gelo que derretem com o passar dos meses. Até que tu sintas os dois pés tocando o chão. O chão que é tão banal e que todos falam com tanto orgulho: "Enfim, fixei meus pés no chão!" Pois que grande nada é pisar aqui. Eu prefiro as brasas, ou o gelo que seja.
Doeu demais chegar até esse fim da linha. E por mais que eu já respire normalmente e a maioria dos nós na garganta já tenham se desamarrado, não sei se gosto do que vejo. Eu estou me adaptando! O coração anda batendo no mesmo ritmo há dias. E talvez eu precise mudar meu nome. É atípico demais não me ver lutando, rindo sozinha ou chorando pelos cantos. O tempo simplesmente passa. O passado já não incomoda mais e nem o futuro causa dor no estômago."Não confundo nomes. Não deixo de comprar meu doce preferido, para comprar o outro que agrada. Todos os compromissos na agenda se referem apenas a mim. Eu puxo apenas a metade da colcha todos os dias. Agora eu preciso de concentração para lembrar do "nosso mundo". Não corro mais o risco de te ligar enganado, porque de fato esqueci o teu número. Eu estou longe de ser quem eu sempre fui. Não acordo mais atrasada , tão pouco eufórica. Ligado no piloto automático, onde é seguro. Em um momento lúcido, imune dos meus grandes dramas. Vivendo paixões regradas e relações aparentemente saudáveis. Sem beijos que ardem e sem brigas que ferem.
Eu estou longe de ser o que sempre fui e muitos sabem o quanto é estranho me ver sendo envolvido por essa nova identidade tão comedida. É algo natural, eu sei e que esses "muitos" me previniram; iria chegar. Eu só precisava respeitar o meu tempo. Eu respeitei então o tempo, sem querer. A maior e mais resistente de todas as cicatrizes parece agora estar fechada. Estou tão estranha que nem ao menos sei o que sinto me sentindo assim. Assim normal. Eu estou longe de ser o que sempre fui. No entanto ainda percebe-se a permanência dos tradicionais dilemas. Logo, nem toda essência foi perdida.

domingo, 16 de outubro de 2011

Lembras quando deixei tudo de lado para que as coisas dessem certo?
Pois bem, esse tempo se foi.
E eu não tenho pretensão alguma de falar dele.
Menos ainda de revivenciá-lo.
Eu ando preocupada comigo, preocupada em errar pra aprender. Dar quantos tropeços forem necessários, pra mais tarde perceber a tal pedra. Perceber e jogá-la longe, com as minhas duas mãos.
Perto de ti...
Não destruísses sonhos, mas incansavelmente deu passos a fim de perturbar meu sossego.
Bastaram as lágrimas ...
Aquele presente de decepção está guardado aqui, com seus laços desfeitos.
Agora, esqueça! A esperança de dias melhores é algo de que nunca irás me privar.
Controle toda minha liberdade, continue planejando e atuando ao lado do que, logicamente, sabes que me afeta.
O que tinhas pra perder, foi perdido pra sempre. Logo, não perdes nada.
Aliás, perdes tempo.
Todas as memórias permanentemente apagadas ...
A minha maior tática eu aprendi com os inimigos, então não queira que eu te queira mal.
Eu sou a mesma menina, vestindo a minha mais bem polida armadura.
Sabia que adoro te ver assim sorrindo?
É óbvio que não podemos sorrir sempre. E se pudéssemos talvez não houvesse o menor sentido.
Qual seria a graça de tentar te fazer sorrir? De te ouvir dizer pra parar antes que tu acordasse todos aí na sua casa rindo.
Gostaria de apelar pras cócegas, mas um tal de destino, que vive acabando com os planos que insistimos em criar, fantasiar... esse mesmo, que me renova e me surpreende todos os dias, me limitou a ter apenas as palavras, o som, a imagem... por enquanto; mas já que é isso que possuo pra te trazer um pouco mais de felicidade, tenho que fazer bom uso.

Além de anja dos bichinhos, és anja-da-guarda de gente grande.
Tu me salvou uma noite. Talvez não tenha noção, nem eu tinha. Mas pegou minha mão, e me puxou pra fora desse tal poço.
E eu não sabia que quando eu saísse, lá no topo, veria esse rosto ali de cima. Talvez aí a graça de viver.
A cada queda, enquanto seu corpo vai sumindo, e tu sentes o vento subindo e é tomado de uma fraqueza que aleja, eis que surge a mão, o anjo, que te abraça e te enche de ar novamente, te faz voar outra vez, te mostra que está vivo. E que os tropeços serão incontáveis, mas levantar tem um sabor tão bom; olhar o horizonte depois de tudo, respirar tranquilo e ver que do seu lado estão seus protetores. Sua fortaleza.

Não é todo dia que achamos nossa versão por aí. E quando achamos, a gente sabe. A gente quer abraçar. Quer brincar. Quer rir. Quer olhar nos olhos. Quer fazer carinho. Quer tanta coisa. Só não quer largar.
Versões que somos, aprendemos só na porrada e ainda bem que nos temos pra ajudar nos curativos, e tomara que as porradas daqui pra frente, estejam no meio das risadas, brincando de lutinha.


Achei linda essa cartinha e resolvi colar aqui pra poder ler sempre. Obrigada, seu Lindo! :)
Guarde bem as primeiras impressões, mas considere somente as últimas. O ser humano tem uma capacidade incrível de confundir. Por experiência própria, não crie pré-conceitos, a não ser que sejam eles muitos, a não ser que alguns sejam antagônicos.
Entenda, ou apenas engula, se amanhã teu melhor amigo pegar aquela vaga de emprego que tu tanto querias.
Seleção natural como justificativa!
E por favor, não sejas hipócrita! Farias o mesmo. Farias isso e um convite cara-de-pau para um chopinho de comemoração após o expediente.
Só sobrevivem os mais fortes, ora essa.
Abominamos o egoísmo mas ele ferve, carregamos ele por natureza.
Agora, aprenda a duvidar não só dos inimigos. Deixe que eles também te ensinem.
Esqueça a velha história do sexto sentido.
Seja sutil.
Mantenha a máscara alinhada.

Made in Taiwan

Se não fossem verídicas não seriam frases feitas e sim piadas.
Ela estava mais uma vez certa quando berrou da cozinha que ninguém morre de amor, que não havia nada melhor que um dia após o outro, o acordar, que o tempo sempre foi o melhor remédio.
Em meio a pernas entrelaçadas o "próximo passo" foi dado. E com todo o sucesso duvidoso, vem transformando-se em corrida. Corrida às pressas visto que tanto tempo já foi perdido.
Pra quem era aquela que nos joguinhos de escola, registrado em últimas folhas, casaria-se com 21 anos... é hora mesmo de seguir em frente e voar.
Notifiquem o destino que eu voltei pro jogo. Eu não deixei de acreditar, como era previsto. Apesar do histórico, de realmente aparentar que a história aqui seria uma velhinha solteirona, complicada, de tatuagens desbotadas e pêlo de gato nas roupas, eu ainda me sinto merecedora da tal casa de sala agradável. Merecedora do marido chegando as 19 horas e peças de Legos espalhadas pelo chão.
Eu já caí e levantei tantas vezes que agora eu começo a economizar com as crises, antes mesmo que elas me deem câimbras. É assim quando a vida faz de ti uma espécie "Made in Taiwan" de Fênix.
Nada simples, mas nunca impossível.

Sentimento exagerado

Eu sinto saudade dos planos utópicos, de dar sem receber, de receber sem nem ao menos merecer.
Das cartas apaixonadas, recheados de exagero. Dos sonhos minimalistas, com casa de cerquinha branca. De se ter um referencial, de me apaixonar sem conseguir medir. Da convicção no amor.
Saudade de acreditar que em 2 pode-se mudar o mundo. De travesseiros molhados por insegurança e medos da perda. De ser aquela mulherzinha clássica, de me alimentar de alguém.
Saudade do fogo e dos ciúmes. Da auto suficiência que se existe quando se está apaixonado. Saudade de querer criar dialetos quando "eu te amo" torna-se pouco e comum demais. De questionar se o meu muito, não está sendo pouco. Da fé em algumas instituições.
De crer piamente que posso encarar guerras e forcas por alguém que não seja eu.
Saudade de desconhecer o fato de que realmente sei andar sozinha. De depositar todas as certezas e sentidos da vida em outro. De não pensar primeiramente em mim. Saudade de um dos lados que desapareceu.
Saudade de quando eu acreditava que tudo podia ser pra sempre.
Saudade de alcançar as estrelas...

Estar com você é como ter tudo e não ter nada. Em você eu encontro aquilo que mais preciso numa luta injusta contra o relógio. Porque hoje somos só raros momentos. Envolvidos de magia e desespero.
Ah meu amor, porque quando você levanta e eu vejo suas costas, tudo que era doce torna-se amargo. E eu vejo claramente em seus olhos a falta de disposição para mudar a situação.
Você não cansou só de mim e do nosso relacionamento tortuoso. Você cansou do que via no espelho. Cansou de ter alcançado a perfeição e de tê-la perdido com a mesma facilidade. Cansou de ter sonhos alcançáveis. Cansou de ser alguém regrado e que sofre como tantos outros. Você cansou da normalidade.
E por fim quem te fez assim fui eu. Que usei moldes ideais para satisfazer e dar continuidade aos meus sonhos rosas de príncipes encantados.
Veja só que ironia... Agora aqui estou eu te desejando ainda mais no momento em que transforma-se em vilão. Que me usas, me dobra, amacia e joga fora. Quando viras minha alma ao avesso sem dó, nem piedade.
Mas está tudo bem. Eu te entendo. Aceitar todas as culpas e visíveis falhas nunca foi tão fácil. Eu já não me importo em ser bruxa, monstro, um ser abominável desde que seja o teu.
Eu deixo tu brincares comigo, destruindo todos os meus conceitos feministas, até que eu não tenha mais joelhos para implorar. Até que minha tolerância vá para o saco.
Meu bem, ainda há tempo! Aproveite-se de mim e da minha momentêna falta de amor próprio. Os teus beijos vazios estão me preenchendo. Eu ainda estou fingindo acreditar nas tuas desculpas em não me atender. As tuas lágrimas maquiadas ainda me comovem. Ainda resta espaço pra você e resquícios de fé por aqui. Ainda desejo intensamente você, que afinal sabe, quando quero algo vou até o final.
E desculpa descobrir o teu segredo, mas eu sei que você também sabe que para nós nunca existirá o final.
Ele está salvo comigo. Eu prometo.

sábado, 15 de outubro de 2011

Na minha pele

Foi quando eu disse que te esqueceria rápido foi que eu cometi o maior dos meus equívocos. O processo anda não só estagnado como também torna-se cada dia mais doloroso.
Eu realmente achei que as nossas diferenças bastariam para eu me convencer que a atual situação é a certa.
Cada um por si, ou nós por tantos outros.
Que tolice a minha ter me permitido errar. Agora a cada gole d´água, mudança de temperatura ou rua atravessada, a incessante dor da tua ausência.
Você nunca imaginou que faria tão mal a alguém por querer tão bem, não é?
É difícil conhecer tão a fundo céu e inferno em período tão curto. A sua passagem por aqui durou o tempo necessário para me oferecer o mais doce gosto e depois me deixar chupando gelos. Você foi feito férias.
E mesmo com tanta lição aprendida sobre relacionamentos e dar valor, hoje eu preferia não saber nem mais escrever o meu nome. Eu trocaria todo o conteúdo adquirido por só saber mais uma vez que o teu corpo tem o peso exato sobre o meu. Pra ter ter mais uma chance de decorar todos os teus 100 sorrisos. Pra entrar pela vigésima vez na tua vida e causar novos estragos. Pra te firmar que eu não presto mesmo, que sou de fato uma louca mas que preciso comigo do teu juízo.
Porque indiscutivelmente não faz o menor sentido entender tanto do amor se não for pra oferecer a você.
Hoje eu já não sei mais se atormento os teus pensamentos, mas isso era tudo o que eu mais queria. Ser em uma só identidade sonho e pesadelo.
Não me fale de ciúmes, prazeres e afetividade, se são sentimentos que só existem a partir de você. Entende agora o meu desespero? É como se eu me anulasse. Eu deixo de existir para o que há de melhor. E o que um dia foi minha culpa agora se volta contra você.

Eu peco pela boca. Ou pelas palavras, que seja.
O fato é que durante muito tempo eu fiz declarações nesse lugar. De três, zero permanece na minha vida.
O problema está em mim? É bem provável que sim.
É um erro entregar-se demais? Essa dúvida eu ainda pago pra ter.

Do avesso

Que eu me recorde foi a primeira vez que lamentei ao certo. Na hora de fazer a retrospectiva eu percebi o quanto esse tal em especial havia sido generoso comigo. Tanto que no meio do foguetório perturbador, eu ainda tinha esperanças de que ele desistisse e fosse embora daqui. Queria mesmo era me agarrar feito criança na barra da saia da minha mãe e deixar tudo isso explodir bem longe.
Eu nunca simpatizei com os números ímpares , mas aquele 7 em especial poderia deixar para sempre! Claro, não foram 12 meses somente de alegrias e oba-oba. Eu talvez até conseguisse encher o "velho Chico" com a quantidade de lágrimas que também foram derramadas. Mas é aí então que vem a resposta de tanto apego.
Eu saí muito mais forte de todas as minhas freqüentes crises. Nesses longos dias eu tentei, com sucesso, transformar choro em força, questionamentos em soluções e tropeços em grandes saltos. Eu consegui largar mão de coisas que ingenuamente eu acreditei me fazerem bem.
A vida trouxe ainda alguns presentes de carne e osso que me apresentaram a parte de mim que eu desconhecia. A mesma também fortaleceu laços, desatou alguns que andavam frouxos e não seguravam nada. Ela também escreveu no meu dicionário intrínseco a palavra segurança. Tu podes, tu consegues, tu és capaz. As regrinhas básicas e batidas dos livrinhos de auto-ajuda que durante todos esses anos eu rejeitei.
Em 2011 eu fiquei gente grande e eu não sabia se ao abrir os olhos em outro lugar, eu ainda estaria.
Por um tempo qui foi só verão, e as pancadas de chuva duravam sempre muito pouco. Eu tinha medo que como filme bom ele acabasse ali, sentada com a minha bunda no sofá e gosto de quero mais. Os extras, as cenas cortadas, "conheça o elenco", e blábláblá não me supririam. E como eu nunca fui de querer pouco mesmo, dessa vez eu queria tudo de volta! Eu queria o MEU tempo de volta! Férias surreais, descobertas, 1 milhão de sotaques, jogar todo o lixo fora, saber o que eu quero pro resto da vida, partir corações, reconstruir o meu, matar saudade, acertar os alvos, salvar 10 animais, crer em mim, aprender a gastar, dizer não, janeiro, fevereiro, março, abril, maio...
Eu esqueci mesmo que era só mais uma passagem no calendário, uma folha rasgada. São essas convenções, comemorações, cartões de créditos disfarçados de velhinhos gordos e coelhinho que sempre zoam com a minha cabeça. Esse ser desconhecido e nostálgico que habita o meu corpo quase que sem querer me cegava quanto ao fato de que eu não estava perdendo nada...
Sempre apostei nos pares! E ele veio pra quebrar as minhas pernas. Sem rodeios, vamos a luta, deixando de lado as tradicionais manhas e as marcas de uma personalidade abalável, estou fazendo o que tinha que ser feito. E assumirei contas e riscos até o mês em que eu me convecer. Vou fazer o que eu quero, chegar com toda a bagagem de 2011 em 2012 sem olhar pra trás.. Eu quero mesmo é me desafiar. Pegar todas as possíveis experiências aqui pra mim. Não sou mais eu contra o tempo. Até 2012 eu talvez seja um super-herói.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Breves Mudanças

Eu não sei ao certo porque isso vem me intrigando e mantendo meus olhos arregalados todos os dias ao dormir. Independente de prover da criação, ou da própria personalidade eu vivi 23 anos sendo assim. Não tinha porque me rebelar por algo que estava incorporado e o qual eu já havia me acostumado. Tão normal, que até as suas conseqüências eram aceitas. Eu já nem cobrava mais. Nem de mim, nem de terceiros.
Assim como lavar o rosto pela manhã, eu seguia acreditando nas pessoas. Se duvidar, senão mais banal.
Por achar fantástico o relacionamento humano, qualquer nova pessoa conhecida, automaticamente uma nova amizade. Entrega e carinho já fazia parte do pacote, sem adicionais. E fui dando cara, perna, braço e coração à tapa. Mesmo destruída e com cicatrizes ainda abertas, fui aceitando desafios. “Opa, pode entrar.” Sem esperar algum retorno, inconscientemente eu fui esquecendo do que foi aprendido sobre reciprocidade.
E não é que agora eu vá ficar só, até porque eu não acredito que a solidão dê certo. Mas digamos que foi aberta a temporada do auto questionamento e a boa nova é seleção. Parece-me apropriado iniciar o ano tomando essa atitude. É feito limpar o armário: o que é bom e ainda serve, fica.
É o momento certo para administrar quem terá o prazer e principalmente potencial para receber os meus cuidados.
E não é marketing, não. Mas se existe algo em que me tornei phd, foi na meteria dos ursinhos carinhosos. “Seja boazinha, trate com carinho e te submetas”.
Um breve comercial então.
Eu vou doar pra também receber. Caridade eu estou fazendo pra quem precisa. Não quero mais brincar dessa chatice de preocupação em vão. Parceria então, agora é objeto para colecionador.
Durante todos esses anos ninguém nem ao menos ressarciu meus analgésicos! E quem soube valorizar já nem deve mais estar me lendo. E sabe que eu manifesto um “obrigada senhor” todas as noites.
Agora ao restante, nem uma segunda chance. Eu estou ouvindo uma cabeça que enfim voltou a funcionar e dormindo em paz outra vez. Todos o peso morto adquirido em anos está à um passo de ser liquidado.
Façam as malas, meu signo mudou.

domingo, 2 de outubro de 2011

é estranho como você pode olhar para algo uma vez e ver uma coisa e depois olhar uma segunda vez e ver algo completamente diferente.


no silêncio ensurdecedor eu tento achar as respostas,
de quem diz mais quando se cala e quando vira as costas.
no meu grito em silêncio não sei se você consegue ver,
que faz tempo que eu perdi a vontade de saber.

Eu já aceitei

eu devia ter visto o que estava ali e não alguma luz sagrada.
nós representamos a comédia da vida, mas estamos mais mortos do que vivos.
cadáveres animados.

estou sem fôlego, meu desejo de prosseguir foi sincopado.
Perdi meu referencial numa dessas voltas
os amores são meros enlatados
Pegue o seu na prateleira, mas preste atenção no seu prazo de validade
terminando há um universo inteiro de latinhas
Parece que nesse momento eu perdi a minha fé
Não sei se gosto doque vejo, me sinto estranha
Talvez eu não me reconheça nesse momento

Baile de máscaras, tenho pensamentos controversos
pegue na minha mãe e depois largue, as pessoas sempre mentem

Ascedam as luzes, não consigo enxergar meu rosto.
Depois de ficar engatinhando e fazendo pirraça, o dia finalmente chegou. O dia de agradecer por ser tão abençoada e poder desfrutar de um mundo mágico e distante como este.O fato é que sou a única pessoa capaz de traçar os próximos passos, os próximos lugares no mapa. Tenho uma alma aventureira, cigana, selvagem. Preciso estar sozinha pelo mundo para ter certeza de que estou em dia com a malandragem. Sem ela eu não sou nada. Preciso também encontrar inspiração, encontrar uma maneira de me reiventar quando voltar. mesmo que não esteja indo para índia, para a tailândia, ou para algum lugar que certamente proporciona epifanias, sei que estou indo em direção de uma resposta divina. Não sei o que vou encontrar, mas tenho minha intuição. só confio nela, pois pessoas são corruptas, e sigo sempre meu coração.
Nunca derrotada, mas sempre insatisfeita. Eu chego arrombando a porta e depois reclamo da dor. Preciso me perder o tempo inteiro para depois me encontrar. Preciso viajar para saber que ficarei arrasada ao voltar. Entrar em desespero, como se não fosse planejado, e buscar um novo plano mirabolante. Algo que me deixe agoniada por demorar, mas que me dê esperanças ao se aproximar. Isso aqui ficou pequeno, eu mal posso respirar. minha ambição é devastadora e não vai se calar. Eu quero ser sempre mais dura, melhor, mais rápida e mais forte.
Ultimamente eu não tenho tido saco algum para andar com gente jovem, indecisa e sem história. gente que não sabe o que quer da vida. posso ter vinte e poucos anos, mas já tenho fortes pontos de vista e mil histórias para contar. mesmo sabendo que ainda vou mudar muito durante a vida, pelo menos tenho certeza de que continuarei sendo honesta sobre quem sou e o que penso sem me importar com o cool ou o hype.
E mesmo quando fico quieta coisas acontecem. Enquanto certas pessoas se mostram decepcionantes e mentirosas, outras aparecem para iluminar minha vida. Ia pra sair daqui pra fazer uma coisa e acabei transcendendo em outra. Vi a face desesperada de uma pessoa medrosa e a face relaxada de um amor que nunca vai sair da validade.