sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Reflexo

Aquele rosto outra vez, de nada adiantaram minhas rezas. Todas as juras que fiz, os julgamentos e minhas crises de "nunca mais". Esse rosto que eu mal suportava enxergar ao chegar. Nesse tempo eu achei que ele tinha sumido por completo. Mas ele sempre esteve aqui, só esperando o momento certo de aparecer. Certo que nesse intervalo ele jogou seus alertas. Mesmo ali adormecido era como se algo arranhasse por dentro à querer sair. Aquele ser antagônico que mora em si. É como arrastar um cemitério nas costas. Me perturba, essa idéia é conflitante. Velhos hábitos nunca morrem. Parece que esse tempo inativo a modificou de maneira interessante. Eu posso ver, eu enxergo pelo olhar, por dentro ou por fora. Esse olhar de canto, que atravessa e vai além, esse olhar subversivo. Aquele sorriso debochado. Em pensar que eu evitei esse retoro. Construí uma nova identidade, mas não sei se ainda me reconheço.




com aquele mesmo olhar que me e aquela risada
pelas minhas juras, pelas minhas rezas, eu achei que eu não fosse ver aqui esse rosto mais uma vez.