quinta-feira, 12 de julho de 2012

Mulher do seu lado, sou

Resoluções de finais de ano precisam combinar com essa cor que eu quero inventar? A direção me leva da eloquência onde espalho as gotas pela superfície dos timbres percorrendo o chão das delícias imaginadas; até o fechamento dos meus olhos para um eu que não existe mais. Renovei minhas palavras velhas, mutilei o sorriso que precisava, tirei todo o precisar de mim. Vi um vulto vermelho pulsante e descobri que tenho um coração apaixonado. Não sabe decodificar teoremas de complexidade mas sabe ceder, aceitar compreender. Eu compreendo tudo. Não vês? Eu nasci para o amor. Beijar em silêncio não é imoral, pecado é desistir de si mesmo. Quebrei, estou, fora. Saltei, enfim, da bolha. É libertação? Ainda não é isso, a alma que repele ondas de negatividade enquanto me coloca em seio materno de vertigens doces, alucinadas! Tenho tido muitos sonhos, meus prelúdios do teu ser, muito certos. Eu escolhi o erro. De saber e mentir mais que os outros. Rasguei o caderninho de delírios, se você encontrar um meu correndo por aí diga que não o quero. Só o que movimenta minha sensatez é paz do meu menino.

Mar azul

Sentada na praia desconhecida avistava novamente o mar. A cor não era mais a mesma, tinha mudado o jeito de ver? Mas aquele azul de qualquer tom a encantava. Cismava que não podia ser a mesma do retrato, então o enrolou e colocou numa garrafa de vidro e não jogou ao mar. O seu passado era um tesouro enterrado; enterrou a garrafa. Desejou se reencontrar num fururo próximo. É quando a gente sabe que o novo chega; podia sentir o sabor da reciclagem, um novo lar pra descansar os objetivos, estava cansada de liberdade superficial, só assim voltava a sentir os sabores doces, o misto quente de pão fininho pela manhã, o suco de laranja que ela nunca gostou, mas vira o copo. E sente o líquido se afeiçoar ao corpo, já não parece tão ruim, nada agora poderia ser tão ruim, as batalhas deixaram cicatrizes sábias, a lembravam de sua mortalidade pagã de simples ser urgente, necessitado, inconstante. Mantinha-se calma, sabia que tinha apenas oito anos para definir o que prolongou por egoísmo de sobreviver, via como águas límpidas onde o seu calo aperta, onde suas prioridades são eles e não ele. Entendeu numa mordida quântica que era vital se afastar de suas extremidades. Agora arruma a cama, observa os detalhes da casa interna, decorou seu coração com rosas púrpuras azuladas, era louca por azular as rosas as paredes a vida pra ela só podia ter sentido no azul. Pegou seu ticket e correu pro próximo brinquedo, entrou num que parecia uma caixa, nele havia uma borboleta escura tentando sair pelos vidros, ficou a imaginar como ela foi parar ali, se identificou de imediato, também não sabia suas razões de estar, mas estava. E ria. Sempre sobrava um sorriso de um ciclo da vida, Viver era aprender a sorrir mais uma vez, de novo.