segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Paredes azuis

Talvez sejam seus olhos fundos, ou o som da sua risada. O cheiro das suas roupas e a maciez do seu cabelo. Sua concentração dedilhando aquele violão ou o timbre da sua voz.
O modo como você ajeita o cabelo, movimenta as mãos ou fala.
É aquela risada de quando você enfrenta o sono, seu cinismo, seus apelidos, seu modo de ver a vida. Seu calor.
Não sei como essas memórias me atordoam. Não sei por que de repente o cheiro e as cores ao meu redor mudam. Só por você invadir meu pensamento.
Sua espontaneidade e a ausência do seu medo. Sua respiração vIgarosa e as mãos frias que nunca tocavam as minhas.
O som das batidas de seu coração bem junto ao meu ouvido.
Suas paredes azuis.
A música de fundo, as risadas lá fora e aqui dentro.
A tevê.
São memórias sendo guardadas pela falta de cuidados.