sábado, 1 de agosto de 2009

Imaturidade


Hoje eu me denomino hoje. Bem diferente de ontem, sem esperar com tanta ânsia o amanhã. Vou em pequenos passos. Provavelmente bem menores que a maioria dos de 1987. Há dias em que aqui só se empurra com a barriga, outros de revolução intensa. Como disse há poucos, o hoje, hoje sabe de quase nada e menos ainda de si. Perdeu um pouco da fé aparentemente inabalável, não casou e fraquejou em alguns dos seus valores. Conservou certos hábitos começando por aqueles que se referem aos poucos amigos. O hoje já aceita a mortalidade. Sentiu friamente que não é um ser intocável. Ainda crê no corpo fechado, adoece pouco, mas a vida andou mostrando que a tal mola precisa periodicamente ser lubrificada. Catalisou alguns dos seus sentidos nesse meio tempo. Enxerga perfeitamente bem, enxerga fundo, enxerga o que nem sempre deseja, mas continua mais surdo que uma porta. É mais direto que antigamente, já não trabalha mais tanto com entrelinhas. Vive de uns 3 amores e os animais ainda estão no topo dos que mais sensibilizam. A estrada continua sendo a válvula de escape perfeita e a saudade o vilão mais famoso. Perde o sono, perde o juízo, perde a chance de ficar quieto. O hoje simplesmente irrita quando a força do hábito fala mais alto e ele resolve entrar em crise com o tempo. Não quer crescer, quer colo, quer voltar pro colo da Mãe .O hoje é um incógnita previsível. Com sobra de falta de paciência e bunda grande. Que não sabe não ser tudo que é mesmo não sabendo exatamente o que seria. Com ele Deus fez tudo certo. Em especial quando resolveu jogá-lo aqui na versão mulher. Sabia que não daria certo em outro molde já que não tem saco nenhum. Está em constante e interminável processo de adaptação ao mundo. Sem muita ambição de sucesso quanto ao mesmo.
O hoje esses dias deu passos enormes em direção da normalidade. Daquilo que o mundo todo almeja. Um coração em paz, um trabalho que satisfaça e um bom lugar pra terminar um dia.
Como disse ele está bem diferente de ontem, o que pra esse caso vem a ser, muito melhor.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Fantasias

Olhe para mim, me diga o que você vê. me pinte de forma abstrata, deixe de fora meus traços e borre partes do meu rosto. mostre a imagem que eu não vejo, o que está fora de mim, o que nem o espelho é capaz de reproduzir. dê o nome que quiser e invente a era em que vivi. tragédia ou musa inspiradora, a escolha é sua. empilhe, exponha, faça o que quiser, mas faça. com toda urgência que o mundo permite. você sabe que não é só amor, querido. que pode levantar o interruptor. você sabe que provavelmente deveria ser, mas talvez deus tenha estragado tudo. ereção. esquentou no chuveiro, é um monumento no parque. é o pau de um rifle, uma memória no escuro. você tentou guardar segredo, mas agora o mundo vai saber. você tentou a perfeição.
as pessoas podiam fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podiam tapar os ouvidos diante da melodia ou de palavras sedutoras. mas não poderiam escapar ao aroma. pois o aroma é o irmão da respiração. como esta, ele penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver. e bem pra dentro delas é que vai o aroma, diretamente para o coração, distinguindo lá categoricamente entre atração e menosprezo, nojo e prazer, amor e ódio. quem dominasse os oderes dominaria o coração das pessoas. baile de máscaras, rostos de papel no desfile. baile de máscaras, esconda seu rosto para que o mundo nunca te encontre. baile de máscaras, cada rosto com uma sombra diferente. baile de máscaras, olhe em volta... há outra máscara atrás de você.

a princesa continua presa em sua torre.
o antigo cavaleiro perdeu sua luta.
bateu a cabeça, teve amnésia... já não sabe mais quem ela é.
próximo candidato?
o dragão continua soltando fogo.

As escuras

Cada um com um propósito, um diferente para cada um que entra pela
porta. Debaixo das luzes escuras, coloridas e enganosas, as pessoas
caminham como predadores à procura. Muitos confiantes, de cabeça
erguida, modelito impecável, razão na mira dos olhos. outros procuram
sem saber, desnorteados de sentido, caminhando por caminhar. há os
procuram tanto que se perdem, caminham viciados em uma imagem,
obsecados por suas vontades, presos em algo que chamam de liberdade.
há também os que encontram segurança em saber que não pertencem. de jeito ou maneira estão descobrindo, sem saber, enquanto se divertem
e gastam tempo, suas próprias identidades, em um lugar que não é suas
bolsas ou carteiras. vestidos para matar, vestidos para morrer,
vestidos por vestir; independente do traje, alguns decidem que ali vão
morar. já outros, decidem que precisam sair. e enquanto tem os que entram para lembrar, tem os que entram para esquecer. os que se escondem dessa maneira, sempre acordam com uma terrível ressaca ou um impiedoso down.

terça-feira, 23 de junho de 2009


Às vezes me perguntam por que eu parei de escrever e nem eu mesma sei responder. Talvez eu saiba dizer a razão pela qual um dia eu tenha escrito.
Eu acredito que tudo foi fruto dessa nossa juventude, daquela prepotência sem intencionalidade de achar que se sabe de tudo. Que se é o mandante do mundo.
Eu realmente achava que era praticamente tudo uma questão de vontade. Que querer salvar o mundo e ser aquilo que se deseja era determinado por resistência. Eu duvidava que a vida fosse tão efêmera ou que certas coisas não fossem capazes de mudar. Eu não brincava quando citava a possibilidade de ser super herói, sobre ser um ser invencível.
Eu achei que o amor era somente uma questão de peito aberto e encontro. Falava dele com tanta simplicidade e conhecimento. Eu me fechava quanto ao fato das adversidades. E diferente de tudo que hoje eu não sei, eu sei perfeitamente quando essa minha Síndrome de Afrodite foi para o espaço. Eu nunca admiti a falta de fé, os incrédulos. Eu achava que éramos nós que estávamos no controle de tudo e só acreditava em destino quando esse pudesse ser favorável. Acreditava no tempo e na parceria que podíamos fazer com ele. Então o tempo passou ... Trouxe consigo responsabilidades e a sua própria redução para que eu conseguisse resolvê-las. Eu bem disse que queria ser Peter Pan. A pior de todas as situações é ver que há certas partes de si mesmo desconhecidas , presenciar esse ser estranho acostumando-se com a acomodação. É ver seu corpo encaixando-se ainda meio torto nesses novos moldes feitos de aceitação.Ainda não dá para escrever sobre algo que não agrada. Enquanto isso eu vou vivendo até que passe. Volto, se encontrar minha identidade.

Ser imprevisível


Descobri que há certas áreas desconhecidas em mim. Descobri que posso ir até mais longe doque pensava e que neim sempre o certo me desagrada.
Repudiei atitudes e atos de um dia e repensei todo uma leitura paralela de mundo. Por mim um contexto já trabalhado de hoje se tornou aprendizado e de fato não olhar para tráz é o lema. Sou previsível. Sim é certo, sou mais previsível doque eu pensava e quem sabe tanta gente é e neim sabe. Sou previsível e tenho atitudes "previsivelmente" premeditadas mesmo sem saber.
Ser previsível não é simplesmente saber e sim também chocar. Me admiro com os setimentos e sensações que vem a tona vez por vez. Difícil de aceitar as verdades desse mundo, embora não estejam corretas são leis. Mas o pior é se ver fadado a um caminho onde você é involuntariamente carregado, sua mudança é gradual, mas hoje você já vê os pedaçoes de quem um dia já foi deixados por onde você passou. Ter os traços marcados no rosto, esculpidos a força por moldes de aceitação. E remediar feridas que não se fecharam mais. Nos acostumamos a não sentir dor, dor esta que é parte contínua de nosso ser. É como estar prestes a se chocar num abismo e escapar por pouco.Adquirindo toda a descarga de sensações sem a latencia necessária. Por fim ser esperado. Previsível. Desesperado.
Ser previsível é involuntariamente se permitir chorar pelo desapontamento com alguém que foi imprevisível, ou ver que suas idéias e percepções de mundo não passaram apenas de idéias imprevisíveis, ser previsível é admitir do fundo que você errou banalmente e apesar disso saber que não existe desculpas. Ser previsível é simplesmente aceitar quem você se tornou com tudo lamentando quem você vai ser amanhã, tendo a sabedoria de lamentar não depender apenas de você.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O colorido escuro em mim



Como uma gota que escorre do canto do alho. Que arde com a dor de engolir vez por vez até que te sufoque. Se o berro silencioso escondido debaixo da excitação se calou por tempo demais, escolheu o momento certo pra se libertar. Com o atraso de tempo, fez um eco: Expalhando-se por todos os aspectos do futuro. Quando o tempo demora demais pra chegar, tenho uma certeza absoluta: Quando o relógio der a badalada, o choro se transformará em força e a força se transformará em potência. Todas as vezes que alguém duvidar de mim, darei uma risada irritante. Pois já conheço a essência do caminho de camaleoa que foi escrito na palma das minhas mãos. Vim aqui para gritar, para incomodar, e sairei do mundo eterna. Não posso assegurar minha sanidade mental, pois não tenho olhos que enxergam o futuro. Só sei brincar de adivinhar, nasci com o abraço da sorte de cima do muro. O futuro já chega amanhã, com acontecimentos totalmente vendados. E se o teto cair hoje, quem sabe amanhã serei abandonado. O que conheço hoje pode parecer seguro, mas isso é apenas ilusão: um momento muda o mundo, um instante marca o coração. uma solução permanente para um problema temporário, feridas escondidas gritam até atingir o silêncio. que copo ímpar esse que os sedentos bebem, desesperados, perambulando. a mulher covarde está dentro da corajosa, pois ao decidir ficar para sempre no escuro, assopra egoísmo honesto e gelado pela sala. e a janela que bate, oportuna e prepotente, chama a alma daquela que chora, chama o ponto final pro futuro. Os olhos alheios não enxergam, eles apenas observam, e é em um dia como qualquer outro que percebem o quanto o mundo caminha cego. Ninguém está de mãos dadas, e o toque daquela que não aguenta ficar é o mais solitário. A garganta arranha enquanto o coração berra e a pele humana na dela só causa mais dor. Isolar-se no nada, no desconhecido, na bravura egoísta da necessidade da cura. Estava a procura da cura, obscura, prematura, mas que dura... para sempre


se pudesse calava a boca, calava a boca e ia dormir! mas calar a boca pra quê? eu nunca calaria a boca. AH, só dorme, vai!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Intitulado a você


já não sinto mais o peso do tempo entre hoje e a primeira vez em que ouvi essa música. deve ser porque já faz tempo desde que passei a assistir seu filme de longe. já não ouço mais a escuridão me chamando para a orgia dos pensamentos que querem me destruir. deve ser porque nunca mais precisei de esforço compulsivo para agradar a visão de um outro ser. deveria estar sorrindo, mas sou humana e não me satisfaço. reconheço que sonhos são ilusões e que a realização só acontece para dar espaço para um novo pedido desesperado. já não tenho mais a pretensão de achar que posso encaixar nossas peças, estou com outro problema: escrevi o ponto final daquela temporada. já não fecho os olhos pra remoer velhos erros, já não perco o dia chorando por desilusões. para manter-me firme e forte, delimitei uma linha divisória entre o que tem ou não permissão de interferir na minha vidinha umbiguista. com o blackout aplicado sob certos aspectos, permito-me ficar submersa em uma ignorância programada e defensiva. cresci em uma bolha que tentei estourar na adolescência, mas acabei ainda mais presa em um clichê passado e previsível. na tentativa de caminhar sem a ajuda de ninguém, tornei-me porpurina de final de festa. quando caí na real, peguei o alfinete e tentei fugir novamente, mas dessa vez dando a cara a tapas. cuspi e limpei o prato, consegui dar alguns passos positivos e revigorantes. hoje, com a percepção novamente esmaecida, tento descobrir o quanto voltei a ser o que tanto odiava. enquanto encontro pessoas indesejadas pelas ruas e deparo-me com a realidade, percebo que ainda tenho uma grande dificuldade em lidar com o que não quero presente na minha vida. fui mimada, lógico, tinha o que queria. aprendi a conseguir, aprendi a realizar, nunca aceito não como resposta. deve ser por isso que voltei a ouvir essa música. tantas páginas foram escritas, o diálogo evoluiu suavemente, e mesmo assim ainda mordemos o lábio inferior. parece que o tempo não passou e este é meu novo problema. ficamos girando dentro de um buraco negro de tempo em renovação. você esteve sempre presente e eu não perdi um episódio sequer da sua trajetória. havíamos esquecido desta trilha sonóra, mas a melodia, quando aparece, se transforma em lembrança. o som vai direto para o coração e eu reconheço muito bem o que está lá dentro. mesmo que mascarado, mesmo que modificado, mesmo que amadurecido. é o berro de um bebê com cólica, é o castigo de uma menina mal criada.

as pessoas é que são alienadas. eu sou um clichê ambulante. não tenho orgulho de todas as minhas peripécias, mas vou realizar os meus sonhos.

o que eles fazem não é seu ou meu. foda-se o que pensam, nós vamos fazer de qualquer forma. você não quer se divertir como eu?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Você se acha uma malvadona do rock, né garota?

Todas as mudanças tem sua melancolia, pois tudo que deixamos para
trás, é parte de nós mesmos. precisamos morrer em uma vida, antes de
renascer em outra.
A felicidade é uma jornada, não um ponto de chegada. quando chegamos lá, rabiscamos mais um objetivo para arrancar mais um sorriso. viver com ambição é viver. a auto-suficiência acontece para aqueles que sonham baixo demais e é importante sonhar grande pra caralho. com convicções infantis, tento definir o que é ser feliz, quando no fundo tenho plena e total consciência de que caminho com teimosia, pois sei que no fundo ninguém pode definir a felicidae. os que realmente a sentem, não tentam dar uma definição, eles a aproveitam. eu não serei mais uma a tentar descrever este sentimento, eu serei eu e isso já me dá vantagem. sorrir precisa bastar, mas se o mundo não é o suficiente, tenho que usar o regador, enquanto planejo meu próximo brusco golpe, que reflitirá no meu próximo sorriso. e se eu cair no caminho, ou se a água faltar, que eu saiba ter paciência, e pegue as sementes guardads dentro da gaveta.eu acredito que a beleza está dentro de todos nós. é algo que descobrimos lá dentro e é incansável, pois pode sempre surprender. o quanto mais abraçarmos o que temos lá dentro, mais tranparecerá aqui fora. quanto mais segurança houver no poder que há lá dentro, mais coroados seremos aqui fora. é uma questão de procura e descoberta, uma missão. quando você descobre tudo que pode ser, tudo que consegue ser, o corpo até descansa. a procura vem como uma vitória, de orgulhosamente pavonear o resultado, de chutar para fora a de auto-estima baixa, e de adquirir um pouco de paz. assim que você aceita o que reflete nos espelhos, você se torna lindo. a beleza existe somente na percepção e quando temos a capacidade de controlá-la, podemos ser colírio nos olhos de qualquer um, mesmo naqueles que de início, não consiguem nos enxergar.
a beleza não está nos traços indefectíveis e sim na luz do coração.
a beleza captura a atenção, a personalidade captura o coração. e quando se tem ele, não tem como não ser belo.
quando você captura um coração e o domíno da beleza, há pouco na vida que possa querer. com a realização dos dois, já está nadando na inteligência. a estrada para a sabedoria está começando, e o amor gente, é um dos maiores professores da vida.
quando já estiver seguro, obterá o sucesso.