quinta-feira, 6 de março de 2008

Príncipe




Eu andava tentando me preencher daquilo que só trazia vazio.Abastecendo-me do que desde o princípio eu sabia não fazer diferença alguma.Tudo porque me deixei convencer que era melhor um pássaro na mão do que dois voando. E por algum tempo eu fui me desvencilhando da carapuça de sonhadora.Deixando para trás o par de tênis surrado da cinderela, as meias coloridas da Alice e as tranças cheias de pontas duplas da Rapunzel. E pra quê?Pra rasgar uma identidade, adequar-se a menina que eu nunca quis ser...Eu hoje, talvez só nesse exato meio-dia de ontem, estou me lixando para os avais que não recebi!Lixando-me para todas essas malditas convenções que me mandam ser mais eu, ter mais amor próprio!Aqui é tanto amor que tem pra próprio, pra próximo, semelhante, inimigo, alheio e pra uma micareta toda.Desculpem- me os que não conseguem ver beleza na guerra! Mas eu prefiro tentar voar ao lado dos pássaros que estão no ar. Que me desafiam!Antes mesmo de começar a deleitar tais mãos e bocas, eu vou marcando o terreno do que nutre. Destroe também; mas eu já disse que sinto o prazer na luta. Eu gosto dessas marcas e cicatrizes que provam que eu vivi.E ninguém um dia poderá decifrar a minha próxima atitude. Eu sempre fui de extremos é verdade.Trabalho em favor do meu coração. Desse inefável coração! Que pediu para que eu jamais me conformasse com simples trocas de favores. Com amizade, simpatia e comodidade.Ele precisa de paixão para bombear todo o resto. E eu tô fazendo o que for preciso pelo frio na barriga.Puxa a mala lá de cima.Outra vez.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ao se abster das meias coloridas da Alice e as tranças cheias de pontas duplas da Rapunzel o Lobo mau vira o bom partido, afinal é ele e não o tal do prícipe que te ouve melhor, te ver melhor, conversar melhor e até (...) melhor

rs.