sábado, 24 de maio de 2008

Gotas de subversão


Me sinto uma diva decadente, com um cigarro barato na mão, mas sem o glamour do cinema, apenas com a loucura e podridão dos grandes gênios. Rodeada de pessoas que vivem a sombra do que não sou. Deitada no chão do banheiro, sinto a água percorrer meu corpo, as alucinações existem. Um súbito impulso de coragem e angústia me arrasta até o meu quarto, e nua eu me enxugo, com força, com muita força. Como se eu quisesse limpar minha alma. Me olho no espelho e tento reconhecer a jovem garotinha, mas só vejo uma mulher cansada da própria pele. Renasço sempre à procura da cura, mas os vícios dominam, e debruçada na mesa do bar, eu retoco o batom. Nesse momento é como se o mundo parasse, eu escutasse flautas, e só conseguisse pensar no toque brusco do vermelho ressecado. Volto a realidade, e quanto me dou conta, ao fundo eu te vejo passar, com a mesma camisa daquela sua banda favorita. E sei que por mais um dia, vou me sentir patética, pelo simples fato do seu gosto não sair de mim... É. Eu já não sou mais a mesma, e talvez esse "eu" nunca tenha existido.

Um comentário:

Anônimo disse...

oiii!! Naty eh tu? ou eh o teu amor? humm....!!
bom, vou comecçar a vim te visitar sempre aki! e começando, adorei os textos! beijooss|