domingo, 15 de junho de 2008

Desanexado


Gênio foi quem a chamou de Sol pela primeira vez. Mereceu uma estátua por conseguir te traduzir em uma palavra. O que eu tentei fazer durante todo esse tempo, alguém fez por mim.
Meu sol, minha definição. Vem e traz a luz e o calor que eu preciso.
De quinta a domingo. Abuso de um, dois, três ou quantos mil aparecerem por perto. O que a gente quer é rir até chorar e chorar até rir de tanto chorar novamente. Comendo brigadeiro com gosto de amaciante de carne, comendo salgado ruim da padaria mais próxima, viciando em seriados, discutindo planos, planejando uma forma de realizá-los. “Vai, chegando lá você paga. E se der a hora de voltar, a gente foge! Vamos, por favor!!!”
Fugir. Que desejo maluco é esse que a gente carrega? Eu da minha mãe, tu do lobo mal E da chapeuzinho vermelho. Como se isso fosse resolver algum problema, realizar nossos sonhos, nos suprir de alguma forma. E o que nos supre já está escrito. Mal e porcamente escrito. Pelo primeiro tatuador que achamos, nos últimos 40 minutos pra terceira prova do vestibular, pelo dia que te conheci e fiquei muda. Do jeito que a gente queria. Hoje tudo diz tudo. Então vamos bater papo com o São Bernardo que encontramos no parque. Ele parece ser do tamanho da gente. Quem sabe ali, no meio daqueles pelos e daquela testa da Simone, achamos a solução dos nossos problemas. Quem sabe o dinheiro que nos financie esteja dentro da sacola de bolas de futebol americano. Quem sabe esteja dentro da gente e nós não sabemos.
Me arranque lágrimas, me faça esperar até o dia do seu aniversário pra pendurar mais um retrato na parede. Mas continue iluminando os meus passos. Pra eu atravessar a Tapera durante a noite apenas segurando a minha certeza.

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