segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Até cessar

Relacionamento é um campo de batalha, até que você se aposenta da guerra. de cada final de guerra que você marcha para casa como um sobrevivente, você trás uma cicatriz e um troféu.
Eu lembro bem de todas as bombas, eu lembro bem de cada minuto de descanso. Eu lembro que antes eu sangrava, todos os dias eu sangrava, e o desejo de morte batia à porta todas as vezes que precisava dar adeus. Todas as vezes que precisava perder, sentia a decepção dos meus colegas de batalha, aqueles dentro da minha cabeça.

Quando consegui sair de dentro desse mundo, tentei tornar-me espectadora. Eu ainda olhava para as cicatrizes de vez em quando e o troféu não me significava muita coisa. Eu tinha perdido e estava reconstruindo sozinha, todos os cantos que ficaram devastados.

Quando pulei dentro de novo, não sangrava tão profundamente, tinha mais resistência. mesmo assim haviam arranhões e a gritaria ás vezes me ensurdecia. Quando tudo estava bem eu sorria bem grande, e quando não estava, poderia haver sangue alheio. Eu achava que era louca, completamente maluca, enquanto arrancava os cabelos para tentar descobrir o porquê de todos os acontecimentos.

Eu só os descobri depois que essa guerra acabou...
nessa guerra que não é de países e sim a guerra do amor, é a única maneira de vencer. Você descobre que o outro não é seu inimigo e sim sua rocha.

Parece simples, mas não é.

As cicatrizes ainda estão aqui, mas se tornaram parte do meu corpo. Agora vejo que me prepararam para algo maior que estava à caminho e posso dormir em paz.

o estresse ao mesmo um estado ignorante... acredita que tudo é uma emergência. nada é assim tão importante. eu fecho os olhos e grito, tão alto eu grito, e toda a raiva navega pelo ar, atingindo silenciosamente o estado de espirito dos meus inimigos. depois eu deito e flutuo e o sono me come. dentro do meu inconsciente me sinto mais confortavel, mas não estou segura. quem sabe os planos que minha mente bolou? quem sabe o que quer me mostrar dessa vez? quando estou dormindo não consigo acordar. nos meus sonhos eu só corro, mas não consigo chegar. parece que corro contra as ondas, contra a água, contra a gravidade. olha, meu grito se transformou em música! um piano tão acelerado e macabro... eu não consigo decifrar. minha curiosidade quase me mata, quero uma soluçãoo agora, antes que o sonho chegue ao fim. sento ao piano e toco algo mais calmo. não dou bola para as lembranças daqueles que eu detesto e mexo os dedos graciosamente. os porta retratos em cima do meu piano de calda perdem o rosto.a cor do cabelo começa a mudar, a janela se abriu sozinha. não compreendo, mas sorrio. sinto o coração menos pesado. quando acordo não estou mais doente, não estou mais com odio. o silencio que não abre a boca os machuca muito mais do que o grito que entra em seus ouvidos silenciosamente. logo agora que eu tinha desistido de os flagelar...

Nenhum comentário: