terça-feira, 19 de junho de 2012

Anunciado

Tem um canto lento, leve, baixo. fica visualizando e criando contos. uma casa pequena. portas, janelas e paredes coloridas. Acredita. Não sabe bem em que. Mas, acredita. Acredita nas palavras, nas lágrimas, nos sentimentos anunciados. Volta a acreditar que pode perdoar. Que pode voltar atrás, pra deixar um recomeço que está por vir. Espera. Espera. Cansada na porta de um prédio no qual nunca entrou, diante de prateleiras alheias de livros que quer ler. De discos que quer ouvir. Que lhe alimentam de lembranças, de futuras memórias. De coisas que ainda podem acontecer. Do desejo de aproveitar o tempo perdido. Espera. Mais uma vez. Espera. Deitada na cama de casa, odiando cada ligação não atendida e cada minuto além da hora marcada. Aprendeu a esperar. Se deixou enganar pela fé e por alguma esperança de que as pessoas podem gostar ou precisar dela. Enquanto isso. Mancha o travesseiro outra vez. Caem umas gotas salgadas. Sente. Sente cada um dos dias que perdeu. Cada uma das manhãs e tardes e noites em que se limitou a esperar. Espero ter dado a chance na hora certa. Espero que as boas semelhanças aflorem esses sentimentos bons de querer perto e de se deixar mudar. Por um tempo prolongado. Não somente pelos dias seguintes.

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