quinta-feira, 28 de junho de 2012

Me sinto viva

Eu que nunca soube assobiar, escrevo. Escrevo na vã tentativa frustrada de amenizar minhas verdades escusas. Escrevo como quem compõe um soneto, sem se preocupar com a rima insípida, escrevo. E assim tento controlar os demônios do meu existir, mas no fundo, sei que nutro, todos eles. Escrevo como quem corta o pulso, e inundo páginas inteiras de sangue, suor, e cada gota do meu sangue toma forma de palavra. É disso que eu vou morrer, chegará o dia em escreverei tanto que irei secar, vazia de sangue e moralidade. Pois certa de minha insanidade insolúvel de entender, morrerei inóspita de tudo o que amo. Por hora, continuo com pequenas navalhadas diárias. E mesmo quando dói, eu gosto de sangrar... Escrevo só, simplesmente, enfio o dedo na ferida, pois a cada momento que a caneta toca no papel, me corto, me sinto viva.

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