terça-feira, 26 de junho de 2012

Instintos

... meus instintos mais selvagens revelados em pequenos goles d'água. minha cartela de cores que só dá vermelho sangue em sínteses que não utilizo, e fica tudo tão assim, como se eu tivesse que me curar sem nunca estar doente. as fragilidades escorrem mais rápido da mão do que a areia que eu piso e esfrego na cara de todos que se atrevem a viver normalmente. meus bichos internos, soltos na selva de minhas redenções homeopáticas, correm livres de meus sermões nada cristãos enquanto o barulho da chuva cala meu inconsciente pseudo coletivo. meus pés tão gélidos de minhas idéias etílicamente pálidas. não faz mal, não sinto fome quando penso e me forço aos tortuosos goles. meu desejo seco de reverberar entre as suas entranhas é feroz e arranha. bicho estranho sem cor que me cheira, camuflado entre o veneno que destilo em suas vísceras, copulando desvairado meus ideais no ar. me corta com suas unhas negras, arranca meus resquícios de vergonha com teus dentes afiados de selvageria milenar, e agora sim, cobre a pele exposta com teu pelo que dói e protege de ruídos noturnos. quando pássaros se calam, as árvores somem, a luz se apaga, só resta eu e meus bichos...

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