segunda-feira, 21 de julho de 2008

Legenda


Nada a declar. A noite está fria como um prato de vingança enfiado a força pela garganta.No seu silêncio ensurdecedor eu tento achar as respostas,
de quem diz mais quando se cala e quando vira as costas.
No meu grito em silêncio não sei se você consegue ver,
que faz tempo que eu perdi a vontade de viver.
Nós representamos a comédia da vida, mas estamos mais mortos do que vivos.
cadáveres animados.
Estou sem fôlego, meu desejo de prosseguir foi sincopado.
Fui uma folha de papel colorida. rosa, roxa, verde, azul, amarela, laranja. completamente exagerada e descombinada, na forma mais exuberante, extravagante e autêntica possível. apareceu um lápis de cera preto e passou por cima de tudo que eu tinha. fiquei coberta, debaixo do vasto escuro por um tempo que parecia que duraria para sempre mas eu nunca desisti de sair de lá. eu sabia que o lápis de cera não tinha intenções de me apagar, só estava tentando se protejer da claridade das minhas cores e do modo como elas o degradavam. ele procurou uma mão, uma unha, e arranhou as cores que pintou, deixando que eu transparecece no meio de seu preto. a imagem perfeita foi criada, como foto negativa. juntas as cores se tornaram perfeitas.

bordel institucional que deixa o amor em frangalhos.

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