Algo entre uma santa e uma pilantra. Quero uma emoção paralítica. O mundo me viu brigar, agora vai me ver dormir.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Meu
Você dormindo e eu aqui escrevendo...é tão bonito, estranho, confuso te ver dormir enquanto o vento adentra o quarto como num ballet sem métrica, enquanto eu temo pelo frio da janela aberta e das expressões que tua face semeia, sucumbindo a exímia luxúria de todos os barulhos que me lembram das minhas fatalidades mais humanas, que quando eu tomo qualquer tipo de coragem insana na espera que teus sonhos não machuquem a tua realidade é pra que me entornes prazer por todos os poros abertos de nossas delícias. e o vento não é mais cruel com o amanhecer no ápice de conflito que sinto o movimento do teu corpo quente na minha luminosidade inoperante, e apenas te estendo o cobertor enquanto você relaxa e eu digo pela trigésima vez que te amo. de um jeito tão calado que é quase como se eu não tivesse dito, e tão representativo como se eu nem precisasse falar. confesso que me dói a tua imagem tão inexorávelmente sublime, que diante dela só me resta a contemplação de um ideal voraz que nutre em minha mente as fomes mais insaciáveis e em troca dele tu me ofertas teu ombro suado de tanto percorrer os meus jardins, me deito, com a certeza do meu caos, e do nosso bonito estranho confuso eterno amor... é você meu menino, eu sei que era pra ser você!
Desprender
É chegada a hora.Desprender à si. Deixar a roupa ir embora com a areia, lavar a alma do corpo; deixar romper, andar pela simples motivação do dia quente, sem invasões de pensamentos bárbaros. Sem aquela nostalgia que inventamos, apenas deixar ser. Porque as folhas daquela árvore que se derrama pela calçada pode ser toda a minha razão e todo o meu começo. Façam as malas meu signo mudou. De malas prontas parti pra sempre. Demorou, mas agora que decido não vou mais retroceder.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Me sinto viva
Eu que nunca soube assobiar, escrevo. Escrevo na vã tentativa frustrada de amenizar minhas verdades escusas. Escrevo como quem compõe um soneto, sem se preocupar com a rima insípida, escrevo. E assim tento controlar os demônios do meu existir, mas no fundo, sei que nutro, todos eles. Escrevo como quem corta o pulso, e inundo páginas inteiras de sangue, suor, e cada gota do meu sangue toma forma de palavra. É disso que eu vou morrer, chegará o dia em escreverei tanto que irei secar, vazia de sangue e moralidade. Pois certa de minha insanidade insolúvel de entender, morrerei inóspita de tudo o que amo. Por hora, continuo com pequenas navalhadas diárias. E mesmo quando dói, eu gosto de sangrar... Escrevo só, simplesmente, enfio o dedo na ferida, pois a cada momento que a caneta toca no papel, me corto, me sinto viva.
... faço novamente a minha transição, sem respeito nenhum a qualquer argumento vil, pela simples mutação arcaica que não cabe em mim mas que toma forma. vou moldando sem saber o ritmo que a lucidez opera, e mudo o sentido, engulo a direção, derrubo todos os sinais de trânsito que é pra te ver percorrer bonito sobre as minhas avenidas contidas em todos os frascos vazios que te representam tanto. e só me resta mergulhar na secura da alma revolta de sons, aceitar, mesmo que não seja em silêncio e que eu quebre todos os vidros que sustentam suas fraquezas tão nossas. ... insuportavelmente perfeito, mente todo dia uma rima pra mim. me dá um tapa na cara ou um beijo quente que é pra ver se o sono vem, só espiar se ele mora por aqui, ou se meus devaneios se partem em tantos que chegam a ser nenhum. e se dentro de tudo o que eu cuspo existe um eu, que corresponde a qualquer delírio que cheira forte entre o travesseiro e a cortina. ou a folha que seca com sabedoria pela madrugada que vomito na própria pele. grita! me sufoca com a ausência de cor no teu peito, mistura minhas tintas e tenta por favor me confundir, que entre todos os muros e porta-retratos existe um pincel. nunca fiz parte mesmo, e nunca perdi lágrima com isso. escrevo pra alimentar a angústia que me alimenta, e minto pra te ver sorrir, muito melhor que tuas rimas de nuvens bobas. melhor que a vontade de sentir você violando todas as minhas virtudes e me entregando ao lixo, pior que um nada. abusada de tuas vestes tão ressentidas com as minhas. devorada pela tua sede de mim, só de mim, que me cansa tanto que eu já não vivo sem...
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Faz tanto tempo, querido. Eu te deixei aqui, só de mim. Não precisa me pedir para inventar uma máquina do tempo que me torne menos humana por dentro no sentido do que é real, calma, respira, eu nunca quero explicações; não percebes que meu sorriso não se ausentou das tuas páginas?! Desse branco que me rasura na fina espera da arte final. Pode rir! Com a glória que eu iria chegar aqui. Sabe, querido, eu dou risada as avessas. Quando a gente quer que alguém volte por completo, a gente constrói qualquer cousa. Os meses foram charme, que saudade dolorida que você me faz.
confundida com as minhas habilidades verborrágicas. eles estão ali. eu aqui. não tenho vontade de misturar-me. de virar uma coisa só. preciso do silencio do estômago. minhas pernas querem dar voltas..os olhos tentam dormir. onde mora a unificação das cousas? tenho dias de aprendizado..quietinhos. busco uma forma de resgatar minha essência familiar...ter o zelo que me escapa nas vozes. e como eu faço pra juntar meus pedaços que se espalharam por tantos cantos que eu não sei onde procuro...? talvez eu saiba...ignore respostas. o imperativo categórico é recomeçar..a primavera veio...e eu? fico aqui esperando mais uma? não. dizer não basta.. expressar, tão pouco. surpreendo-me com as diversidades...a simplicidade. eu precisei afastar-me de tudo pra perceber que tudo o que quero e sou é com elas. origens. eles. dá tempo de voltar? reconstruir...ser mais doce e menos eu? o coração de melão me diz sim... que a vida dá o tempo que a gente precisa. mas eu não acredito. prefiro o simples e feio. tenho que rasgar os tecidos pra ver a cor das linhas. vínculos? sangue? o eterno que não percebo... voltem pra mim.. o que eu to dizendo... vocês sempre estiveram aqui....
terça-feira, 26 de junho de 2012
Sinto a fragilidade humana pulsar sobre os meus olhos, me surpreendo. Mas nem tanto, eu sempre soube os riscos da vida e que senti-los não é uma opção. As flores precisam aprender seu lugar no jardim, e que são únicas de formas e jeitos. Ser flor não é defeito. E lá, na lua, eu tento ajudá-las. Não esperando qualquer retorno vil, quiçá por bondade, é que vim a terra com o intuito de prosperar o amor. E o faço de maneira inconsciente, tenho um mecanismo existencial que faz moradia em mim. E vez ou outra vem aquele meu esgotamento racional, a vontade demasiada de respirar, e sem conseguir, sorrio. Estou absorta das ignorâncias universais, sem paciência pra utopias astrológicas, estou cética, fria, e não tenho medo de mudanças. Minha alma é tão velha que a sabedoria se faz sempre presente, ignoro minha idade física, transcendental a todos os conceitos. Não vejo graça em brincar de amor, lugares cheios, sensos superficiais. Não tenho saco pra garotada, almejo tanto, analiso o sentir, e busco o equilíbrio entre todas as coisas.
O mérito da sensibilidade não está em sentir e sim em compreender o que nunca será passível de fazer sentido.
Instintos

segunda-feira, 25 de junho de 2012
Sua frase

É você que eu quero

Insana


Astronauta emocional
Mente acelerada

quinta-feira, 21 de junho de 2012
Ele e ela

A personagem

Ela

quarta-feira, 20 de junho de 2012
Desisti

terça-feira, 19 de junho de 2012
Anunciado
Vícios

Deixa viver

quinta-feira, 14 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
Você

J`amor


sexta-feira, 8 de junho de 2012
Rasante

Dias

terça-feira, 5 de junho de 2012
Subverter

sábado, 2 de junho de 2012
Mais tempo
Já estivemos lá fora num dia como esse. Já passamos horas olhando o movimento do céu. Já fomos quase uma pessoa só. O sol da manhã já entrou de leve pelas frestas da janela do nosso quarto. Já sentimos tantas coisas comuns até o dia em que esquecemos um do outro e deixamos a vida nos desgastar naturalmente. De vez em quando nossos rostos ainda se encontram, de vez em quando as imagens do dia nos lembram do que hoje parece tão distante. O que faz uma marca como essa cicatrizar? Se é que é desejo de algum de nós que cicatrize.
Outro dia me peguei rodeada de algumas fotos, de algumas lembranças, rodeada dos dias vividos e de todos que imaginei. Daqueles possíveis reencontros tão desejados em algum momento que já não lembro quando. Me vi cercada de sentimentos que ainda não consegui afastar. E o que sinto agora? Vendo esses outros rostos que passam, ouvindo outras vozes, sentindo outras peles, o que ainda é possível preencher longe da memória?
Lembro da sua mão segurando a minha, lembro dos seus olhos, das suas gírias, do rosto, das lágrimas e sorrisos, dos cuidados, dos ciúmes, do sentimento que nunca fomos capazes de nomear. Só passamos um tempo nos desejando perto um do outro. Só passamos um tempo distante das certezas. Só passamos um tempo juntos. E foi, e quando lembro ainda é, uma das saudades mais fortes. Éramos tão diferentes. Continuamos tão diferentes. Mas de alguma forma, mesmo com o tempo que dizem que faz curar, você ainda se mantêm em mim.
A arte do disfarce
O tumulto, contraditoriamente, é o que mantêm a minha ordem. Será que alguém ainda não percebeu isso? Se alguém espera facilidade por aqui, que mude de rumo. Tenho alguns caminhos expostos... Setas reluzentes com as dúvidas, receios, constrangimentos [ os de agora e os que ainda vão surgir]. Se estagnar é o pior defeito já encontrei minha hora de mudar. Ou melhor, de soltar as paranóias reclusas, deixá-las viverem sem mim, e correr. Abraçar o mundo [metaforicamente, claro] e entregar, de fato, a alma pra liberdade que eu fico proclamando aos quatro ventos.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Lado
Em permanente encontro com o reflexo na intenção de deixar à mostra mais que o próprio rosto. Deixando fluir pelo sorriso, pelos olhos, pela voz toda a incoerência que lhe é própria. Não é preciso provar nada a mais ninguém, em minhas conversas aleatórias vou contando pro mundo, pra mim mesma os sentimentos mais fortes e mais confusos que alguém pode ter. Os dias vão indo, seguindo naturalmente, deixando as marcas anteriores pra trás... Em encontros com a memória consegue aprender. O tempo já encontra suas próprias barreiras, então, que os dias venham mais livres do que eu posso suportar.
Me olha
É com cuidado, com todo o cuidado. Ela pensa em cada palavra, planeja o tom de voz, a velocidade com que vai levando a conversa de um assunto trivial a uma confissão. Uma daquelas que estão explicitas. Fica imaginando o que faz alguém ser tão... tão inexplicavelmente... Como alguém é capaz de fingir... De omitir... tão bem.
Já faz algum tempo que perdeu essa fragilidade. Já faz algum tempo que aprendeu a desocupar o coração, o que for, das paranoias que se infiltram sem perceber. Já faz algum tempo que ela aceitou que para algumas coisas ninguém amadurece o suficiente. Aprendeu a aceitar o ridículo em que algumas situações lhe colocam, aprendeu isso no momento em que não precisou ser melhor ou pior que qualquer outra pessoa.
***
Quer voltar, seja pra que lugar for. Ela rasteja entre o sonho e a vida real. Fica esperando que alguma parte da vida se concretize. Não pode dizer que alguém a conhece. Não pode dizer que conhece alguém. Ela se limita a ficar parada, quieta num canto tentando observar detalhes à distância. Ela quer se ver no espelho, daqueles pequenos onde só se vê um pequeno recorte do rosto. Será que vale procurar tantos detalhes próprios? Ela quer se ver. Antes que qualquer um a veja.
Assinar:
Postagens (Atom)